segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Poesia - Arte ao extremo



Arte ao extremo
Marcelo Plácido

Arte ao extremo
Como se as unhas de Fred Gruguer
Atravessasse a tela do cinema

Como se o som reverberasse
A ponto de estourar os vidros da janela

Como se Romeu de tanto amor
Quisesse fugir de cena querendo-a de verdade

Como se o dançarino falasse com o rosto
Toda a emoção que a alma quisesse

Como se no circo a platéia morresse
De tanta gargalhada do palhaço alegre

Como se a tela fosse pintada às escuras
Por um louco com os olhos vendados

Como se as palavras surgissem impensadas
Manipuladas por mãos descontroladas

Como se o saxifonista esquecesse todas as notas
E tocasse deitado achando não ser notado

Como se o maestro impulsionado por dentro
Movesse as mãos despreocupadas com o resultado

Como se os objetos empoeirados do museu
Saíssem correndo cansados de não ser mais usados

Como se o baile acontecesse na chuva
Ficando apenas casais apaixonados

Como se o poeta perdesse a noção do tempo
E per-des-se a no-ção da ri-ma
Porque extasiado
Pensamentos
não lhe saem
mais
da
cabeça

Arte ao extremo
Somente ao extremo

3 comentários:

Anônimo disse...

muito boa essa!!

Cara, vc escreve muito bem!

Anônimo disse...

Marcelo amei essa poesia parabéns !

Cassandra disse...

Olá ;D

Você é, simplesmente, um dos melhores poetas que já vi!
Como você é talentoso!
Fiquei sem palavras após ler esta sua poesia...é maravilhosa!
Parabéns, você é muito bom no que faz!