quarta-feira, 1 de julho de 2009

Depois de tantos dias

Há tempos deixei de ser poeta, agora sou professor de Artes, ou melhor, tento ser.
Não é fácil conciliar a poesia com um trabalho pouco tranqüilo, que exige esforços e paciência infinita.

Meus pensamentos poéticos hoje em dia vivem interrompidos, sem fôlego, não há espaço para o doce toque da lira, Antes tão natural como o orvalho da manhã, agora as poesias são atropeladas pela tentativa de educar as crianças para a apreciação artística.

Necessito de paz, Preciso ler livros, mais, muito mais, de escritores de preferência desconhecidos, de diversas nacionalidades e épocas, quero ler os versos de um poeta moçambicano, e as ideias surrealistas de um velho russo Preciso ouvir musica clássica, cantigas de roda e tudo que tenha raiz forte, no chão, Preciso deixar que meu sono tenha toda a liberdade que lhe é merecida, Preciso ver filmes italianos, tchecos, estranhos, com sentidos aparentemente sem nexos Preciso assistir programas culturais, documentários que me façam pensar sobre o que não é bonito, Preciso me distrair com a respiração do vento e provar da mesma água que molha as margaridas , Preciso deixar a mente trabalhar sozinha, escondida debaixo de qualquer pedra, afundada em qualquer buraco, como se esquecida em qualquer canto.
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Procurava uma imagem para por nesta postagem,

até que achei esta obra,

o autor se chama Torii Kiyonobu I.



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